Histórias da 'Gambozina'

Boas, isto apesar de já ser tarde e depois de ter visto o meu benfica levar duas em braga e tar com uma azia de meter dó...ainda é dia das bruxas e como tal vou-vos deixar aqui um post bastante horripilante ( não se assustem já que não vou por nenhum video do Sporting a jugar...calma), mas é quase semelhante, ou não voces logo dizem...

A reprodução dos gambozinos é um fenómeno natural de elevada complexidade que requer muita concentração pela parte dos intervenientes e que necessita de meios e condições muito precisas para que seja posto em prática.
Este acontecimento só ocorre em pleno verão e em noites de Lua Nova e tudo começa com um ritual de acasalamento muito próprio da espécie onde, como normalmente acontece no mundo natural, é o macho que “gambuza” (corteja) a fêmea.

Após a colheita de nozes, pagamento de dívidas ao “ROBAM” (Recolha de Ordenados dos Bichos Andantes do Mato), tratamento de esteticista e de uma ida à box do Jumbo comprar um ar condicionado, o macho dirige-se pomposamente para a toca da fêmea que por sua vez deverá estar aguardando a sua chegada “espalaiada” e de “papo para o ar” à entrada da mesma. Como esta se encontrará a dormir, o macho deverá adoptar a sua pose mais sensual para lhe cantar uma música também muito sensual para a acordar que por norma, costuma ser sempre “ Como o macaco gosta de banana” com uma coreografia retirada e Adaptada das Pussycat Dolls.

Feito isto, termina a parte do cortejamento partindo-se então para uns preliminares alargados.
Nesta fase o macho tem de preparar um delicioso jantar de “iscas de fígado á la gardet”, visto esta ser uma refeição muito apreciada pela espécie. (Não entremos em pormenores acerca do jantar).
Bem jantados, os animais dirigem-se para o ninho. Agora sim, uma particularidade desta espécie é que aqui aplica-se o ideal proferido pelo “Rouxinol Faducho” de que “o sexo não é tão bom quando é feito a sós” pois, por incrível que pareça, os gambozinos apenas adquirem um nível de excitação suficiente para partirem para o acasalamento ao ouvir o seu grande “hit” do amor que não é nada mais, nada menos do que a música dos “Power Rangers” entoada por um grupo de sapos do deserto vermelhos às bolinhas encarnadas que são convidados não apenas para cantar esta maravilhosa serenata amorosa como também para assistir a este raro e magnifico momento de criação de descendência dos gambozinos.

Só agora, sim se dá inicio à terceira fase, o acto sexual propriamente dito. Mesmo antes de dar inicio aos movimentos de “vai-vem” próprios deste acto, o macho adquire um nível de excitação tal que o seu órgão sexual se torna fluorescente e brilha que só é conseguido graças ás vibrações harmoniosas emitidas pelos sapos a cantar a música dos Power Rangers e facto esse que faz com que uma relação de gambozinos seja um “pisca-pisca” constante. Por sua vez a fêmea emite ruídos de tal forma expressivos que faz lembrar o Pai Natal entalado numa chaminé depois de roubar os bolinhos das crianças.
Com tais efeitos sonoros e luminosos, a melhor comparação possível que se possa fazer a esta relação é tratar deste assunto como se estivéssemos a falar de uma discoteca.

Aproveito o momento para informar todos os que não façam observações da abobada celeste nestas noites de verão em que há Lua Nova, pois serão enganados pela quantidade de estrelas visíveis uma vez que nestas noites, 45,3% das esferas reluzentes visíveis são apenas o reflexo do “pisca-pisca” característico das relações de acasalamento dos animais em causa.
Assim, duas semanas mais tarde, após frequentar aulas de parto e de toda a ornamentação possível e imaginária para receber a nova cria, nascerá por cesariana um lindo e rechonchudo gambozinozinho que irá crescer para mais tarde ser o mesmo animal sedento por sexo que eram os seus progenitores.

FIM


By: “Historias da minha querida avó enquanto me ensina a tricotar” Editora: “lê já antes que acabe” 2011.
• Para mais informações sobre esta maravilhosa ocasião por favor contacte o instituto de culinária de “Vila Nova da Rabona”